Entrevista candidato a deputado estadual Herivelto Oliveira
27 de setembro de 2022 |
Qual a importância da recriação do Ministério das Cidades? Na sua avaliação, qual a relevância de termos políticas públicas de desenvolvimento urbano envolvendo arquitetos e urbanistas, e engenheiros?
A recriação do Ministério das Cidades pode ser uma medida bem importante porque é preciso que a Federação veja as cidades como polo gerador de riquezas e problemas também, é mais fácil combater e resolver problemas através das cidades. Arquitetos, Urbanistas e Engenheiros são a parte da Sociedade Civil mais habilitada a fazer essas mudanças e transformações, em Curitiba temos alguns exemplos de atividades desenvolvidas por arquitetos e engenheiros que dão respostas para problemas urbanos, então eu acho que é fundamental a participação desses profissionais.
Na sua opinião, qual a importância dos Planos Diretores enquanto política de orientação do crescimento urbano?
Os Planos Diretores como os de Curitiba também são fundamentais para o desenvolvimento das cidades; as cidades precisam de regras, como costumam dizer alguns dirigentes da Prefeitura, e realmente com as regras que temos na cidade conseguimos ordenar o crescimento. Muitas vezes eles são sujeitos a críticas, mas principalmente com o passar do tempo a gente percebe que quem planeja as cidades sabe o que está fazendo, e caso tenha algum equívoco ou erro, os próximos Planos Diretores ou as correções serão feitas no seu tempo. Mas Plano Diretor para as cidades, também são fundamentais.
Durante a COP 21, na Conferência do Clima das Nações Unidas, o Brasil se comprometeu a reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 37% abaixo dos níveis de 2005, até 2025; e a restringir as emissões de gases de efeito estufa em 43% abaixo dos níveis de 2005, até 2030. Como a questão da sustentabilidade está na sua pauta, enquanto política de planejamento urbano?
Eu propriamente não tenho essa pauta nas minhas propostas, mas conheço projetos que visam essa redução, tento fazer minha parte como cidadão. Mas sei que, por exemplo, que existe a previsão de que em Curitiba não haja mais ônibus Diesel até 2050, sendo trocados por ônibus elétricos, com hidrogênio ou de outros combustíveis que vemos por aí, é uma medida importante. Nós temos que também ter a consciência de quando for comprar um veículo optar por aquele que
polua menos e gaste menos combustíveis fósseis … enfim, eu não tenho uma política especificamente voltada para o Meio Ambiente, mas entendo que como cidadão é fundamental a minha participação e conheço os projetos da cidade neste sentido.
A Lei 11.888/2008 (Lei da Assistência Técnica para Habitação de Interesse Social) é um dos vetores para a resolução da questão da carência habitacional no Brasil. Que ações você proporia para a consolidação dessa legislação, objetivando a solução desses problemas e a requalificação
das moradias inadequadas?
Eu acho que é fundamental usar espaços da cidade, e no caso de Curitiba há muitos espaços vazios, se pegarmos principalmente o Centro e mais especificamente a Praça Tiradentes, tem inúmeros imóveis abandonados, mas que poderiam ser usados para esse tipo de habitação, pra locar pessoas que não tenham onde morar nem condições de pagar um aluguel. É um projeto gigantesco, vai custar muito, mas acho que é um ponto fundamental para as cidades pensarem, no caso de Curitiba nós temos que não só dar condição para essas pessoas morarem como também reduzir a população de rua e pessoas necessitadas; outra vantagem dessa medida é ocupar o Centro durante o dia e a noite, resolvendo o problema social, ou pelo menos amenizando.
Que outras propostas, que possam vir a impactar diretamente a atuação de profissionais da Arquitetura e Urbanismo, estão no seu plano de ação político?
Essa própria proposta de ocupar o Centro da cidade, eu acho que os Arquitetos e Engenheiros podem dar uma grande contribuição, principalmente mudando características de imóveis comerciais para residenciais, fazendo um planejamento; eu imagino um espaço como a Times Square na Praça Tiradentes, onde todos os imóveis sejam ocupados, criar teatros, moradias, acho que é uma possibilidade. Inclusive, uma das políticas que defendo é uma atenção especial para os idosos, e nessa concepção também criar espaços especiais para eles, então acho que esses profissionais poderiam pensar em espaços para abrigar idosos e dar a eles um final de vida com mais decência que muitos não tem hoje. Também tenho uma proposta ligada à Tecnologia que de certa maneira tem a ver com o tema, é aproveitar o que temos de desenvolvimento tecnológico, se o 5G chegar para todos de maneira figurada, acho que também os Arquitetos e Urbanistas podem auxiliar.